Sua cabeça girava produzindo pensamentos coloridos. Um fênomeno próprio dos dias de muita inquietação.
O arcoíris produzido expandia-se alcançado uma distância nunca antes vista.
À medida que seus pensamentos reluziam, seu corpo diminuia de tamanho até que pode transitar no universo dos insetos. Não fossem as cores que o envolviam passaria completamente desapercebido do mundo humano.
Sentia-se a pulga atrás da orelha e pela primeira vez entendeu a expressão mas ainda não sabe como explicá-la. Seriam coisas de inseto ou de humano reduzido ao quase nada? Também não sabe dizer.
Perambulou na sua nova forma por alguns meses humanos sem se dar conta que sua luz diminuia. Até que esta se apagou e num piscar de olhos estava de volta à sua mesa de trabalho usando as mesmas lentes para miopia de antes.
Levantou-se e caminhou até a janela. Saltou e não morreu. Impressionado ficou em saber que havia sobrevivido à tentativa de suicídio.
Foi amparado pela família que o acolheu sem qualquer restrição. O amavam.
O homem dos pensamentos coloridos manteve sua vida humana regulada pelo tempo dos insetos. Assumiu a miopia e calou-se para que seus dedos produzissem falas.
E esta é uma delas.
Paula Tura
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