A nação alvinegra segue feliz.
Estádio cheio de esperanças na conquista inevitável de um título ganho a cada partida. Foi uma ótima campanha durante o torneio.
Num país onde transitar entre diferentes religiões é algo natural, torcer para mais de um time não é algo fácil. Assumir que está se apoiando um outro time devido a sua campanha ou simplesmente por seu merecimento é apenas para corajosos.
Torci para o Corinthians no recinto de seus arqui inimigos são paulinos. Cantei o hino, fiz grito de guerra, gritei na janela nos momentos de gol. Lembrei de meu pai, Corinthiano roxo, que em seus mais de 60 anos veria pela primeira vez seu time ser campeão da Libertadores.
Os são paulinos se queixavam de não ter mais argumentos contra os corinthianos. Levantei a questão de que se é para termos inimigos que eles estivessem à nossa altura. Que nos estimulassem a crescer. Que pudessemos reconhecê-los e admirá-los.
Não considero a competição como algo intrínseco ao ser humano. Acredito que a competição seja algo aprendido culturalmente. Modelado e estimulado em diversas sociedades.
Como é que se julga quem é melhor? Isto de alguma forma aprendemos. Colocamos regras e o pior de tudo internalizamos esta conduta.
Observar o estádio lotado de torcedores anônimos me instigava: a rendição a processos externos; o aprendizado da validação das competições, premiações, reconhecimentos; a transferência da premiação daquele time para cada torcedor - como se estes passassem a se sentir mais fortes, poderosos, empoderados, melhores pais, melhores profissionais, mais capazes, mais fortes, mais seguros.
Passei o jogo todo com os olhos vidrados na televisão e os pensamentos em ebulição. Como somos ainda movidos por emoções! Como vivemos tudo tão à flor da pele! Como ainda não conseguimos, enquanto raça transitória neste planeta, observar, avaliar, interpretar nossas ações. E está tudo ali, gravado no vídeo, fotografado para a posteridade. Como ainda nos falta o exercício da reflexão.
Os fotos de artifício deram um show mais bonito do que as celebrações de ano novo. A nação alvinegra estava triunfante, se embebedeu, bateu carros, se atrapalhou - como já se esperava - nas celebrações.
Voltei pra casa e notei que a zona leste se cobria de preto e branco. Casas, comércios, moradores. Por alguns dias ou até algum outro evento extraordinário muitos manterão a autoestima elevada. Pena desconhecerem os instrumentos que os levariam a despertar sua autoconfiança por si mesmos.
Salve o amado clube brasileiro, às ilusões por ti causadas e o reforço à efemeridade.
Amiga, gostei muito! Lendo suas palavras vejo o quanto de verdade há nelas, o quanto faz falta eu parar para prestar atenção em tanta coisa por estar preocupada com tantas outras ( que consequentemente não seriam problema se eu fizesse a primeira ). Uf, e como isto é importante! ....mas a culpa é toda sua!! Tinha que ter vc perto para conversar!!!! mas vc insiste em continuar em SP...rsrsrs beijo SAUDADE K
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