Na praia:
- Tia, o mar faz bem pras pessoas?
- Sim!?
- Então eu vou jogar no mar estes palitos de sorvete que recolhi da areia.
- Sim?!
- Assim, as pessoas que deram lambidas nestes palitos receberão boas energias do mar.
- Sim?!
terça-feira, 15 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Alma ferida como asa de pássaro machucada que o impede de alçar vôo
Mãos inertes
Feminino ausente
Faz falta o cheiro bom do café feito no fogão a lenha
Faz falta a animação das crianças correndo descalças pelo quintal
Faz falta o pôr do sol acalentador
Preciso sentir. Te sentir, para me fazer existir
Vem comigo? Cura me asa? Me dá um punhado de argila e tintas coloridas?
Mãos inertes
Feminino ausente
Faz falta o cheiro bom do café feito no fogão a lenha
Faz falta a animação das crianças correndo descalças pelo quintal
Faz falta o pôr do sol acalentador
Preciso sentir. Te sentir, para me fazer existir
Vem comigo? Cura me asa? Me dá um punhado de argila e tintas coloridas?
domingo, 9 de outubro de 2011
A alma está morta.
Encontro-a diluindo-se nas construções imperiais do litoral, na impossibilidade de reflexão entre a pergunta e a resposta; na televisão sempre ligada, na falta de curiosidade, no padronização de comportamento; em permanecer quando o essencial é partir.
Odeio vê-la morta, oh alma!
Liberta estas agora, oh alma!
Livre da ignorância! Livre da pobreza do espírito! Livre do confinamento!
Que vivas, então, feliz e serena a habitar mentes pensantes ainda que de pensamentos primitivos mas que sejam sobretudo campo fértil.
Encontro-a diluindo-se nas construções imperiais do litoral, na impossibilidade de reflexão entre a pergunta e a resposta; na televisão sempre ligada, na falta de curiosidade, no padronização de comportamento; em permanecer quando o essencial é partir.
Odeio vê-la morta, oh alma!
Liberta estas agora, oh alma!
Livre da ignorância! Livre da pobreza do espírito! Livre do confinamento!
Que vivas, então, feliz e serena a habitar mentes pensantes ainda que de pensamentos primitivos mas que sejam sobretudo campo fértil.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Era a milésima vez que tentava escrever uma história inédia. Daquelas que surpreendem.
Não conseguia encontrar uma forma de começar. Inverteu a ordem trazendo o final para início.
Quando percebeu, a história estava sem pé nem cabeça.
Pior de tudo, estava sem o tronco e os membros também.
Hoje é milionário: escreve histórias de terror.
Não conseguia encontrar uma forma de começar. Inverteu a ordem trazendo o final para início.
Quando percebeu, a história estava sem pé nem cabeça.
Pior de tudo, estava sem o tronco e os membros também.
Hoje é milionário: escreve histórias de terror.
Dona Sinhá contô
Que sabiá já cantô
Foi canto tão cantadô
Que Seu João soluçô
Eu daqui fico a imaginá
Que será destas bandas de lá
Donde canta o sabiá
Sem precisá se esforçá
Das bandas daqui
Tem buzina, moto e muito baruio
Tem grito de muleque, de mascate e prosadô
Tem sol que nasce até sem galo que cantô
Que falta de pudor
Queria que sabiá cantasse nas banas de cá
Queria o bolo de fubá, a canjica e o curau
E Dona Sinhá botando lenha no fugão
Que bom seria o canto da roça no alvoroço do dia
Que sabiá já cantô
Foi canto tão cantadô
Que Seu João soluçô
Eu daqui fico a imaginá
Que será destas bandas de lá
Donde canta o sabiá
Sem precisá se esforçá
Das bandas daqui
Tem buzina, moto e muito baruio
Tem grito de muleque, de mascate e prosadô
Tem sol que nasce até sem galo que cantô
Que falta de pudor
Queria que sabiá cantasse nas banas de cá
Queria o bolo de fubá, a canjica e o curau
E Dona Sinhá botando lenha no fugão
Que bom seria o canto da roça no alvoroço do dia
domingo, 24 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
A cada manhã Maria tecia seu dia.
Preparava o café, assava o pão, mandava as crianças para a escola.
Planejava os momentos de descanso, os alinhavos das roupas, a conversa com as vizinhas, as compras.
Certa vez não houve manhã. Os pássaros não cantaram e o dia não nasceu.
Ficou escuro. Uma semana de escuridão e o dia clareou. O povoado estranhou.
Chegou a noite e a lua não mudou. Era a mesma da semana anterior. Desta vez o relógio parou, a lua não mais se moveu e a maré secou.
Maria rezou. Não sabia se pedia para escuridão voltar ou para a lua mudar. Rezou em desespero palavras desconexas. Chorou e não mais falou. Não por falta de vontade mas por ausência das vogais que não encontravam as consoantes e desta forma não havia palavras.
O povoado emudeceu. Maria retirou-se de casa e caminhou. Quando não mais sabia para onde ir começou a girar ao redor de si num ato de loucura e agonia. Girou, girou, girou e aumentou a velocidade. Girava com os braços abertos a cabeça tombada para o lado, o corpo preenchendo o espaço entre o céu e a terra. Girava como uma vez já girou o mundo.
E Maria acordou. Levantou-se, preparou o café, assou o pão, mandou os meninos pra escola. Sentou-se na cozinha, pegou lápis e papel e teceu o seu dia.
Preparava o café, assava o pão, mandava as crianças para a escola.
Planejava os momentos de descanso, os alinhavos das roupas, a conversa com as vizinhas, as compras.
Certa vez não houve manhã. Os pássaros não cantaram e o dia não nasceu.
Ficou escuro. Uma semana de escuridão e o dia clareou. O povoado estranhou.
Chegou a noite e a lua não mudou. Era a mesma da semana anterior. Desta vez o relógio parou, a lua não mais se moveu e a maré secou.
Maria rezou. Não sabia se pedia para escuridão voltar ou para a lua mudar. Rezou em desespero palavras desconexas. Chorou e não mais falou. Não por falta de vontade mas por ausência das vogais que não encontravam as consoantes e desta forma não havia palavras.
O povoado emudeceu. Maria retirou-se de casa e caminhou. Quando não mais sabia para onde ir começou a girar ao redor de si num ato de loucura e agonia. Girou, girou, girou e aumentou a velocidade. Girava com os braços abertos a cabeça tombada para o lado, o corpo preenchendo o espaço entre o céu e a terra. Girava como uma vez já girou o mundo.
E Maria acordou. Levantou-se, preparou o café, assou o pão, mandou os meninos pra escola. Sentou-se na cozinha, pegou lápis e papel e teceu o seu dia.
Foi-se a vez em que era fácil viver. Nasço e renasço a cada dia sem saber pra onde ir.
Havia um texto organizado em minha mente a ser despejado aqui. Já não lembro seu título e tampouco seu conteúdo. Amnésia precoce ou o meu inconsciente decidiu poupar a humanidade?
Pesados fardos eu sinto ao nascer do dia. As horas não passam. Os passos dos vizinhos são previsíveis. Os pensamentos giram em círculos como crianças brincando de ciranda. Coma consciente.
Urano está em áries hoje. Vamos correr?
A chuva cai e lava os céus despejando sobre nós as lágrimas dos anjos em prece. Amém!
Havia um texto organizado em minha mente a ser despejado aqui. Já não lembro seu título e tampouco seu conteúdo. Amnésia precoce ou o meu inconsciente decidiu poupar a humanidade?
Pesados fardos eu sinto ao nascer do dia. As horas não passam. Os passos dos vizinhos são previsíveis. Os pensamentos giram em círculos como crianças brincando de ciranda. Coma consciente.
Urano está em áries hoje. Vamos correr?
A chuva cai e lava os céus despejando sobre nós as lágrimas dos anjos em prece. Amém!
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